Luciana Moraes tem 28 anos. É poeta carioca, graduada em Letras pela Unirio.
Participou do coletivo “Oficina Experimental de Poesia” (2017-2018). Atualmente, integra a equipe do portal “Fazia Poesia” e a do coletivo “Escreviventes”. Possui poemas publicados em revistas como “Mallarmargens” e “Capivara”. Participou de alguns projetos poéticos, antologias, e está com um livro para ser publicado: “Tentei chegar aqui com estas mãos”. Aprendiz da vida e do teatro. Publica no desdeopeitovida.blogspot.com e no medium.com/@lucianamoraes_88505.
Grútero
Cada dia com sua sina, nada
nas crispações do corp::;_o
_::; Mundo mudo em ti , folheando um
Livro de células e estalactites berrantes, qual
Circunlóquio do verso que treme e
cai, por se ver se lendo no abismo do
não nascido, me escolho microenlutada e nu
A entrada é a Cavidade do verbo ansiado
E estás Bem guardado, tu,
filho que vem do instante
União do brilho com o breu e
as cores da lágrima:
Vitrais do céu
Sinestesia orbital
Palmilha os verbos celestes
caça o letramento da noite
foram cem mil anos de
solidão-luz
Agora, são dois pássaros a Voar
e carregam o mundo do sono
galáxias ouvintes no Eterno
instante do esquecimento
Agora, jaz nas mãos
o diâmetro do tempo gasto
São dois pássaros a Voar
habitando o silente espaço.
Rosa do Campo
Para dizer descoberta
saia da sala
rosamarela>
Secante reta se tisna
perdida + convide
a chegada
do tupi <
Para dizer eureca
tome em sua mão
a geografia
do átimo
da
última
rosa
do
campo
que
há
.
Peregrino no PandeMundo
Tu não lês o trabalho deste sangue
corpo catando sonhos reciclados
Tem que abrir a janela para ver
Ar noticiando o fim do começo,
pois só há possibilidade de
início no fim dos
meios-limites
Uma coisa infinita a cada dia
Aqui morre também
O das ossadas, O da carne viva
se faz
Cotidianamente em seu jardim
, cintilante e cariado,
Nosso pranto inoculado do Agora
Corpos jovens ou não
Garranchos e papagaios de toda
c o r
Versão de 5 haicais (do “Peregrino no PandeMundo”)
A morte é viagem
Carne viva abre a janela:
bebe toda cor
– – – –
O sonho é imagem
Carne viva abre a janela:
arde a madrugada
– – – –
Música da noite
A carne lança a palavra:
som do germe oculto
– – – –
Um corpo com fome
peregrina e olha a lua:
um homem sem nome
– – – –
Um homem sem nome
Amarela cas(c)a podre
um homem com fome
Foto de Leopoldo Cavalcante.
Comment (1)
O exercício de desafiar o pronto. A poeta, que floresta
ideias e esparrama os versos. Parabéns!!!